STATCOUNTER

Um espaço para que pesquisadores nas Ciências Humanas discutam suas idéias, seus projetos, suas análises.

Sunday, March 18, 2007



Friedman AS, Glassman K, Terras BA. Belmont Center for Comprehensive Treatment, Filadélfia, PA USA. "Violent behavior as related to use of marijuana and other drugs" J Addict Dis. 2001;20(1):49-72. Essa pesquisa analisou 612 adultos negros americanos. Havia dados desde o nascimento que permitiram estudar dez tipos de drogas e oito tipos de crimes violentos. Os autores dispuzeram de 51 variáveis para serem usadas como controles. Surpreendentemente, a freqüência do uso de maconha estava associada com a maior probabilidade de cometer crimes usando armas. A única outra droga com associação semelhante é o álcool. O uso da maconha também se associava com as tentativas de homicídio e com colocar outras pessoas em situação de perigo. O consumo de cocaína, crack e maconha estava associado ao tráfico.

Saturday, March 17, 2007



Os exames de câncer de próstata são probabilísticos: somente quando uma biópsia nos dá um resultado positivo (leia-se, com câncer) é que há certeza, ainda assim com aquela pequena margem de dúvida derivada de erros de laboratório. Por isso, os exames são repetidos. Aliás, quando fui operado notei que retiravam meu sangue logo antes da operação. Eu acreditava que faziam isso desde antes, acumulando o sangue durante algumas semanas, mas me informaram que era mais seguro fazê-lo no próprio ambiente de cirurgia, porque eliminava "clerical errors", erros de secretária - colocar o rótulo de um paciente no sangue de outro. A existência de estatísticas adequadas permitia essa conclusão.
Porém, um exame de PSA alto e/ou um toque retal suspeito representam uma probabilidade mais elevada de que exista câncer e o procedimento seguinte é a biópsia, que também é probabilística. Eu "fiz" dez agulhas sem que o câncer aparecesse, mas estava lá. Esses procedimentos geram muita angústia.
O Dr. David A. Katz do VA Iowa City Health Care System acompanharam 109 homens que tiveram testes com resultados suspeitos, mas com biópsias negativas, comparando-os com 101 homens com testes normais. Aplicaram uma escala de preocupação com câncer de prostata que varia de zero a cinco. Os homens com testes suspeitos tiveram um escore médio de 4,5 e os controles 3,9. Esses resultados foram publicados em Urology 2007;69:215-220.
Essa pesquisa, e muitas outras, nos dizem que temos que desenvolver testes mais exatos e mais rápidos: até lá, temos que acelerar os resultados sem comprometer a qualidade porque o preço que está sendo pago pelo paciente que espera é alto.