STATCOUNTER

Um espaço para que pesquisadores nas Ciências Humanas discutam suas idéias, seus projetos, suas análises.

Saturday, March 17, 2007



Os exames de câncer de próstata são probabilísticos: somente quando uma biópsia nos dá um resultado positivo (leia-se, com câncer) é que há certeza, ainda assim com aquela pequena margem de dúvida derivada de erros de laboratório. Por isso, os exames são repetidos. Aliás, quando fui operado notei que retiravam meu sangue logo antes da operação. Eu acreditava que faziam isso desde antes, acumulando o sangue durante algumas semanas, mas me informaram que era mais seguro fazê-lo no próprio ambiente de cirurgia, porque eliminava "clerical errors", erros de secretária - colocar o rótulo de um paciente no sangue de outro. A existência de estatísticas adequadas permitia essa conclusão.
Porém, um exame de PSA alto e/ou um toque retal suspeito representam uma probabilidade mais elevada de que exista câncer e o procedimento seguinte é a biópsia, que também é probabilística. Eu "fiz" dez agulhas sem que o câncer aparecesse, mas estava lá. Esses procedimentos geram muita angústia.
O Dr. David A. Katz do VA Iowa City Health Care System acompanharam 109 homens que tiveram testes com resultados suspeitos, mas com biópsias negativas, comparando-os com 101 homens com testes normais. Aplicaram uma escala de preocupação com câncer de prostata que varia de zero a cinco. Os homens com testes suspeitos tiveram um escore médio de 4,5 e os controles 3,9. Esses resultados foram publicados em Urology 2007;69:215-220.
Essa pesquisa, e muitas outras, nos dizem que temos que desenvolver testes mais exatos e mais rápidos: até lá, temos que acelerar os resultados sem comprometer a qualidade porque o preço que está sendo pago pelo paciente que espera é alto.

1 comment:

Anonymous said...

This is great info to know.